Brasil: “O impeachment pegou moda no Brasil", diz Temer no Roda Viva

Sob o comando de Vera Magalhães, o Roda Viva desta segunda-feira (27) recebeu o ex-presidente Michel Temer. O programa comemora 35 anos de história.

© Reprodução/ TV Cultura

Michel Temer Lulia foi Procurador-Geral do estado de São Paulo e, em seguida, exerceu por duas vezes o cargo de Secretário de Segurança Pública do estado. Chegou à presidência da República após o impeachment da petista Dilma Rousseff, de quem era "vice decorativo", como ele próprio se intitulava.

Basilia Rodrigues, analista de política da CNN Brasil, questionou Michel Temer se o Congresso Nacional demorou para abrir um possível processo de impeachment contra Jair Bolsonaro (sem partido).

Michel Temer: "Não pensei em 'salvar' Bolsonaro de impeachment, pensei em distensionar o país"

Ex-presidente foi o convidado da edição comemorativa de 35 anos do Roda VivaA jornalista Andreza Matais questionou o ex-presidente se a carta que redigiu para Bolsonaro impediu o impeachment dele. Na visão de Temer, o processo de impedimento causa um trauma institucional, então, decidiu ajudar para acabar com o clima de tensão no país.

“O impeachment pegou moda no Brasil. Desde o governo Itamar [Franco] houve inúmeros pedidos de impedimento. Eu fui presidente da Câmara duas vezes durante o governo Fernando Henrique. Eu arquivava os pedidos de impedimento, no Governo Lula também havia pedidos de impeachment que eu examinava e acabava arquivando. Ter uma decisão [sobre os processos] é importante

Dois presidentes do Brasil sofreram impeachment. Em 1992, Fernando Collor e Dilma Rousseff em 2016. Segundo a legislação, quem abre o processo de impedimento no país é o presidente da Câmara dos Deputados. O comandante da Casa, Arhur Lira (PP-AL) afirmou diversas vezes que não analisará os pedidos contra Bolsonaro por não achar o momento ideal. Hoje, há mais de 130 solicitações na Câmara contra o chefe do Executivo.

Michel Temer critica as emendas de relator: “não tive orçamento secreto no meu governo”

Durante o Roda Viva especial de 35 anos, ex-presidente criticou as emendas de relator e a forma como está sendo usadaDurante o debate, a jornalista Andreza Matais perguntou ao ex-presidente se o presidente, para ter governabilidade, precisa do “toma lá da cá” com o legislativo. Rapidamente, Temer afirmou ser contra as emendas de relator e deixou claro que não teve “orçamento secreto” em seu governo.

Assista ao trecho completo:

"O impeachment pegou moda no Brasil"

No #RodaViva, @MichelTemer responde se teria aberto processo de impeachment contra Jair Bolsonaro caso fosse presidente da Câmara dos Deputados. #RodaViva35Anos pic.twitter.com/aKLsjrZER3

— Roda Viva (@rodaviva) September 28, 2021

O ex-presidente ainda citou o exemplo de quando era chefe do Executivo. Temer relembrou que sofreu duas tentativas de impeachment, mas que não havia povo na rua pedindo. “Quando tem povo na rua, sensibiliza o Congresso e o Congresso completa o decreta o impedimento.”, completou.

Participaram da bancada de entrevistadores Basília Rodrigues, analista de política da CNN Brasil; Andreza Matais, editora-executiva do Estadão em Brasília; Paulo Celso Pereira, editor-executivo dos jornais O Globo e Extra; Vinicius Mota, secretário de redação da Folha de S. Paulo; Diogo Schelp, colunista do portal UOL e comentarista da Rádio Jovem Pan.

O Roda Viva vai ao ar às segundas, às 22h, na TV Cultura, no site da emissora, no canal do YouTube, no Dailymotion, nas redes sociais Twitter e Facebook.

Assista o programa completo: