Menos de 1% da soja estava colhida em meados de janeiro de 2021, quando a safra atrasou, segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), panorama que não deve se repetir neste ano []Ainda assim, o início da colheita logo após o Natal representa um avanço de cerca de 20 dias em relação ao ciclo anterior, quando os produtores semearam a soja mais tarde por causa de problemas climáticos.
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A safra de soja do Brasil em 2021/2022 deve atingir um recorde de 145,1 milhões de toneladas, estimou nesta quarta-feira (01) a consultoria StoneX, ao ajustar levemente para cima a projeção do mês anterior, de 144,73 milhões de toneladas.
A consultoria citou uma revisão de dados para o Estado de Goiás e destacou que de forma geral o desenvolvimento da safra segue favorável em todo o país.
“As expectativas continuam muito positivas para a safra de soja em andamento, com o plantio estando perto do final”, disse a especialista de inteligência de mercado da StoneX, Ana Luiza Lodi, em nota.
País também se destaca entre os maiores importadores globais do cereal []Chuvas em momentos importantes para a safra brasileira, contudo, reduziram a qualidade de parte do cereal colhido, ampliando o excedente exportável do produto que não pode ser utilizado localmente para a fabricação de farinha para panificação, mas que encontra demanda no exterior em países da África e da Ásia.
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Nos próximos meses, as atenções são direcionadas ao clima, que definirá o potencial produtivo do ciclo.
“Atualmente, o padrão mais seco no Rio Grande do Sul tem gerado receios. Ainda não se pode falar em perdas, uma vez que a safra do Estado é semeada mais tarde, mas essa questão vai ser central, já que a safra gaúcha de soja alterna na segunda posição com a paranaense, atrás somente de Mato Grosso”, destacou.
Além do aumento da produção esperada, não houve ajustes em outras variáveis de oferta e de demanda da safra 2021/22, com a mudança em estoques, para 8,4 milhões de toneladas, sendo resultado das alterações do ciclo anterior.
MILHO
A StoneX também estimou a produção de milho em recorde de 120,1 milhões de toneladas no ciclo 2021/22, considerando as três safras do país.
Se confirmado, o volume ficará acima da safra de 91,5 milhões de toneladas da temporada anterior, afetada por geadas e seca []Se confirmado, o volume ficará acima da safra de 91,5 milhões de toneladas da temporada anterior, afetada por geadas e seca.
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A empresa apontou a produção de milho na segunda safra, a maior do Brasil, em 88,87 milhões de toneladas, ante 87,53 milhões na projeção anterior.
“Como a temporada ainda está em seu início, muitos fatores podem alterar as expectativas. Entre elas, o clima.”
O incremento estimado para a produção da segunda safra é resultado de perspectivas mais positivas para a área em Goiás e Mato Grosso do Sul.
Segundo a consultoria, houve um aumento de 2,8% na projeção para a área goiana, para 1,86 milhão de hectares, resultando em uma elevação de mesmo patamar na produção, para 11,4 milhões de toneladas.
Para o Mato Grosso do Sul, a elevação foi de 11,4%, para 2,25 milhões de hectares, compensando a leve revisão para baixo na produtividade, o que gerou um aumento de 9,4% na produção esperada, para 12,1 milhões de toneladas.
“Apesar das boas expectativas de oferta, o consumo doméstico da safra 2021/22 está calculado em 75,5 milhões de toneladas, levando ao recuo dos estoques finais em comparação com a estimativa divulgada em novembro, para 14,87 milhões”, ressaltou a StoneX.
Ainda de acordo com a consultoria, as exportações do cereal devem alcançar 41 milhões de toneladas na safra atual, ante 18,5 milhões no ciclo anterior, quando a produção da safrinha foi fortemente afetada por problemas climáticos.
Moratória da Soja: estudo confirma sucesso do acordo na redução do desmatamento na Amazônia .
Moratória da Soja é um pacto em vigor desde julho de 2006, realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) e pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) com a sociedade civil e o governo. O acordo prevê a não comercialização e o não financiamento da soja produzida em áreas que teriam sido desmatadas na Amazônia Legal. A proposta, inicialmente, foi elaborada para durar somente dois anos, mas tem sido renovada anualmente desde então. O objetivo da Moratória da Soja é aliar a preservação do bioma amazônico e o desenvolvimento econômico, por meio de práticas sustentáveis na região amazônica.